Serviço funerário municipal de Curitiba

Cemitérios Municipais de Curitiba

UM POUCO DE HISTÓRIA SOBRE OS CEMITÉRIOS DO MUNICÍPIO DE CURITIBA

Os primeiros povoadores, como era comum no princípio da colonização, quando eram mais ricos ou mais importantes, eram sepultados no interior das igrejas e aos menos abastados, era dado o direito de sepultura em cova-rasa, em locais não muito distantes das vilas. Em Curitiba, a regra era a mesma, até que a Carta Régia de 1801, por razões higiênicas e sanitárias proibiu essa prática, surgindo daí os cemitérios seculares. A cidade crescia e a necessidade de campos santos se impunha. No fim do século passado, eles foram sendo criados. A forte corrente imigratória que aqui se instalou, no mesmo período levou ao aparecimento das comunidades e seus próprios cemitérios. Datam do início do século XVIII os primeiros sepultamentos realizados no pequeno cercado de pátio da antiga matriz de Nossa Senhora da Luz de Curitiba. Com a chegada dos padres da Irmandade do Rosário, através de mão-de-obra escrava construiu-se em pedra e barro a Igreja do Rosário. Esta foi a segunda igreja de Curitiba e dentro de sua capela também permitiu-se o sepultamento dos Irmãos do Rosário. Logo em seguida, chegaram os padres da Ordem dos Frades Menores Franciscanos, que construíram em 1737, a Capela de Nossa Senhora do Terço, em local próximo à Igreja Matriz. Em 1746, os Franciscanos fundaram a Ordem III de São Francisco e em 1752, começaram a construir um convento que funcionava anexo à Capela e em 1783 o mesmo foi abandonado devido às perseguições e restrições do Marquês de Pombal. Nessas dependências, há notícias da existência de catacumbas coletivas para sepultura de mortos, porém pouco usadas, em virtude de sua breve existência. Alguns ricos proprietários da época chegaram a construir pomposas capelas em seus sítios, por iniciativa particular, que serviam de sepulturas para suas famílias. Outros, de sítios longínquos, preferiam trazer os mortos para a inumação nas igrejas. O transporte era difícil, através das veredas coloniais, tornando muitas vezes impossível a chegada dos corpos à Vila. Então permitiu-se que os falecidos em locais remotos fossem sepultados em locais profanos, desde que passado certo tempo, os familiares do morto se obrigassem a transladar os ossos para o local sagrado, sob pena de multa, se assim não o fizessem. Em 1790 foi anunciada a criação dos três primeiros cemitérios públicos em Curitiba, que se tem notícia. O primeiro ficava no Descoberto da Conceição, o segundo ficava no povoado da Ribeira de Nossa Senhora do Amparo - Votuverava, em Rio Branco do Sul e o terceiro, na antiga povoação do Arraial Queimado, próximo a atual cidade de Bocaiúva do Sul, cessando assim a difícil tarefa de transportar os mortos para a Vila. Com a Carta Régia, criaram-se novos cemitérios a céu aberto, afastando os riscos até então existentes, devido ao ar impregnado das criptas dos templos, onde eram sepultados os corpos. Uma forte epidemia variólica que atacou a Vila de Curitiba e seus arredores, trouxe como conseqüência o aumento no índice de mortalidade, resultando na criação de Cemitério do Sítio do Mato, no lugar de mesmo nome, localizado a meia légua a leste da Vila, nas imediações onde fica hoje o bairro do Cristo Rei. Era o cemitério dos "bexiguentos", conforme se referia o Padre José Barbosa de Brito, vigário da Paróquia de Curitiba, que benzeu este campo santo no dia 1.º de Julho de 1815. Há registro de que por essa mesma época, outros 3 ou 4 cemitérios foram criados em outros bairros da paróquia, para sepultamentos dos acometidos de varíola. Mas, passado o surto epidêmico, não mais se teve notícias desses cemitérios.

INFORMAÇÕES SOBRE OS CEMITÉRIOS MUNICIPAIS

Cemitério Municipal Santa Cândida

Cemitério Santa Candida

O maior dos cemitérios municipais, o do Santa Cândida, possui área de 132299,75 m2; 8000 túmulos e aproximadamente 96584 sepultados. O Cemitério do Água Verde, por sua vez, mede 97827 m2; 11300 túmulos e aproximadamente 82946 sepultados. O Cemitério São Francisco de Paula, localizado no centro da cidade tem 51414 m2; 5700 túmulos e aproximadamente 67579 sepultados.O Cemitério do Boqueirão, o menor dos municipais, possui área de 43263,5 m2; 6500 túmulos; 914 gavetas provisórias e aproximadamente 27885 sepultados. No ano de 1999, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente mandou perfurar poços de monitoramento da qualidade de água em todos os cemitérios municipais, objetivando avaliar o índice de contaminação do lençol freático, o que demonstra a preocupação desta administração. Tal análise está sendo feita pelo TECPAR. As gavetas provisórias do Cemitério Boqueirão e as covas provisórias do Cemitério do Santa Cândida destinam-se aos sepultamentos de emergência de pessoas, cujas famílias carentes não disponham de recursos e também de indigentes. Nesses termos, se a inumação tiver ocorrido no Santa Cândida, os familiares têm um prazo de 2 anos para efetuar o translado para outro cemitério e caso tenha ocorrido nas gavetas provisórias do Boqueirão, o prazo para o translado é de 3 anos, se adulto e 2 anos, se criança (idade média de 2 anos de idade). Decorrido este prazo e caso os familiares não tenham se manifestado, os restos mortais são removidos para o ossário geral de cada um desses 2 cemitérios.

O Cemitério Municipal do Santa Cândida foi fundado em 1957 na Estrada de Colombo, s/n.º, no Santa Cândida (fone:3256-2941). O primeiro sepultamento deu-se em 08 de Abril do mesmo ano, sendo o falecido Dirceu Martins. Em 1996, as capelas mortuárias deste Campo Santo passaram por reformas, para melhor atender a população.

Cemitério São Francisco de Paula

Cemitério Municipal

O Cemitério São Francisco de Paula, mais conhecido como Cemitério Municipal, está localizado à Praça Padre Souto Maior, s/n.º, bairro São Francisco (fone:3313-5781) e é o mais antigo de Curitiba. Até 1853 era chácara do Padre Agostinho Macedo de Lima, que durante 56 anos foi vigário da Catedral Metropolitana, hoje Basílica Menor de Curitiba. Com a emancipação política do Paraná, a proibição dos enterros junto às igrejas foi efetivada. A pedra fundamental foi lançada em 1.º de Dezembro de 1854, pelo primeiro Senador e conselheiro da Província, Zacarias de Góes e Vasconcelos, mas os recursos destinados à construção (1 conto e 900 mil réis) foram poucos e as obras foram interrompidas em 1857, mas concluídas em 1866. Teve como primeiro registro o sepultamento de uma criança de nome Maria, em 1.º de Janeiro de 1883. O Cemitério Municipal São Francisco de Paula é uma espécie de síntese da história curitibana. Foram sepultados nele, por exemplo, os mortos da Revolução Federalista de 1894; nele encontra-se o túmulo da heroína e mártir da crença popular, Maria Bueno, sendo o mais visitado no Campo Santo. Também fazem-se notar os mausoléus, simbolizando os estilos tanto arquitetônicos de várias épocas, quanto marcos da prosperidade da cidade de Curitiba, que florescia no ciclo da erva-mate. Com o objetivo de conferir dignidade ao rito de despedida aos falecidos, a Administração Municipal iniciou um projeto de reestruturação neste Cemitério, através da Assessoria de Projetos Estratégicos da Prefeitura, sob a coordenação do arquiteto Fernando Popp. Tal projeto foi baseado no estudo do comportamento tanto da história da cidade, quanto deste Campo Santo, encaixando-se nos princípios de planejamento urbano adotados em Curitiba, desde a década de 70, com a integração de funções, serviços e respeito à memória em comum. As capelas existentes foram retiradas e o Portal representando Cristo e Anjos, do artista ítalo-curitibano Franco Giglio, foi reaplicado no entorno do novo |Portal de Honra, em escala mais adequada. Tal Portal, visto sob todos os ângulos da Praça, centraliza a entrada, com arcadas laterais, com uma galeria de cada lado, fazendo frente ao muro. Nessas galerias foram construídos o Serviço Funerário Municipal, boxes para alojarem as floriculturas e 3 capelas: Fraternidade Curitibana, São Miguel das Almas e Jesus Ressuscitado. Nas laterais do Portal, no interior do Cemitério, encontra-se a Administração e do outro lado, estão os sanitários, o vestiário, a copa e o almoxarifado. A rua que dava acesso ao Cemitério foi fechada para que este ficasse ligado à Praça.

Cemitério Municipal do Água Verde

Cemitério Água Verde

O Cemitério Municipal do Água Verde foi inaugurado em 1888, nas cercanias da Igreja da Paróquia do Água Verde, onde residiam os católicos italianos, hoje praça Sagrado Coração de Jesus, s/n.º, bairro Água Verde (fone:3242-2912). Sabe-se que o primeiro registro de sepultamento foi do falecido José Delazzari, em 27 de Abril de 1888. Desde sua criação, a administração do Cemitério ficou ao encargo da Capelania Curada do Água Verde até o ano de 1928, quando a Prefeitura Municipal de Curitiba, através da Lei n.º 728 de 02 de Maio de 1928 passou a administrá-lo e seu primeiro zelador, José Wenceslau Braz, foi nomeado em 25 de Maio do mesmo ano. Face a preferência da população, foi necessária uma primeira ampliação em 1930; em 1935 mais uma vez foi ampliado e em 16 de Maio de 1940, o Município adquiriu mais 3153 m2, de propriedade do Sr. Luciano Tedesco, anexando-os ao Cemitério do Água Verde. Em 30 de Julho de 1942, a Arquidiocese de Curitiba, através da petição n.º 7122, procurou obter do Município uma indenização no valor de 75 contos de réis, pela área. Como não tinha documentos comprobatórios, concluiu-se que a área não lhe pertencera, não havendo acordo entre o Município e a Igreja. Ainda no final do mesmo ano, a Prefeitura adquiriu novas áreas, de diversos proprietários, os quais os haviam obtido através de transferência ou de sucessão, dos proprietários primitivos: Sebastião Ceccatto e André Tedesco. Em 1997, na gestão do Prefeito Cássio Tanigushi, foram realizadas reformas na fachada deste Campo Santo e o número de capelas aumentou de 2 para 4.

Cemitério Municipal do Boqueirão

Cemitério Boqueirão

O Cemitério Municipal do Boqueirão encontra-se à Rua Waldemar Loureiro Campos, 2977, no bairro de mesmo nome (fone:3276-4561). Foi criado em 1950 e primeiro falecido a ser sepultado lá chamava-se Eli Loeven, em 08 de Fevereiro do mesmo ano. Em 1996, na gestão do Prefeito Raphael Grecca, foi dado início às obras de construção de 2 capelas e reforma de sua Administração. Porém somente no ano seguinte, na gestão do atual Prefeito Cássio Tanigushi, que as novas capelas foram inauguradas.


Existe um novo Campo Santo na área conhecida como Zona Sul, o Cemitério Municipal Zona Sul, encontra-se à Rua Carolina Dybas, esquina com Rua Cristóvão Colombo (S/N), Bairro do Umbará (fone:3313-5781).



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